Soltas uma nota, prendes outra. A música continua, a vida continua. Por fim, um dos teus dedos se cansa, depois outro e outro, até as tuas mãos serem a reflexão do teu piano parado, cercado pelo sentimento de abandono que elas deixaram ao partir para outro movimento. Deixa-se abater pelo pó e pela espera. Ele espera. Um pássaro livre sempre vai e volta no acontecer das estações. Um pássaro que morre numa gaiola parte sem retorno. O piano sabe disso, e não resmunga.
 
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